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Comunicação entre diferentes gerações




Você se lembra de, quando mais jovem, ter pensado assim: “meu pai não me entende” ou “minha mãe não sabe o que estou sentindo”? Talvez seja uma frase comum para muita gente. Esses filhos se tornaram pais e mães e, talvez agora, os filhos deles estejam pensando exatamente o que eles pensaram um dia.


No ambiente corporativo a cena se repete, trocando apenas as relações para líderes e liderados. Estando frequentemente nas empresas, percebo a angústia de gestores para se relacionarem com os profissionais mais jovens, mais especificamente com a geração Z. Mas se as gerações sempre foram diferentes e, nós mesmos, lá atrás, nos sentimos incompreendidos, por que agora parece mais difícil?


Talvez não seja “mais difícil” e sim diferente, como sempre foi! O mundo muda e com ele muda a nossa forma de se relacionar. Para que a gente encontre uma saída, há um caminho a ser percorrido. E esse caminho começa estabelecendo um objetivo. Como disse Viktor Frankl, “Quem tem um porquê suporta qualquer como”.


Por que buscamos nos relacionar com a geração Z? Porque são esses jovens que estão ocupando o mercado de trabalho, porque eles são nossos filhos, porque eles fazem parte da construção do nosso futuro. Essas parecem boas razões para aprendermos a nos relacionar com eles.


Mas a parte do ‘qualquer como’ não precisa, necessariamente, ser suportada (se essa palavra – suportar - traz para você, assim como para mim, uma carga pesada demais), mas sim curtida como um desafio ou um caminho de desenvolvimento pessoal. Eu prefiro ver dessa forma! Afinal, outras gerações virão, com outras características que vão nos exigir adaptações, e é melhor que já estejamos preparados para as novidades.


A empatia é a chave para estabelecer esse relacionamento que desejamos entre diferentes gerações. E praticar empatia exige, em primeiro lugar, renunciar aos nossos julgamentos e interpretações para que possamos ver pela perspectiva do outro, respeitar (não é necessário concordar) e entender o que o faz agir de determinada maneira.


A geração Z é formada por jovens que nasceram a partir de 1995, ou seja, uma turma com vinte e poucos anos que está entrando no mercado de trabalho de uma maneira bem diferente das gerações anteriores. Esses jovens nasceram com acesso a informação na palma das mãos, conteúdo de todos os tipos, referências pessoais que extrapolam as paredes familiares.


Isso significa que, muito mais do que aprenderam com seus pais, avós, professores e outras pessoas fisicamente próximas, aprenderam também com youtubers, influenciadores digitais, produtores de conteúdo do mundo inteiro. Eles acompanharam em tempo real e sem filtros catástrofes ambientais, crises sociais, movimentos mundiais. Todas essas influências formam a lente pela qual enxergam a vida. Talvez por isso as pesquisas mostrem que eles buscam qualidade de vida, propósito, experiências no ambiente de trabalho. Não são mais pessoas que separam vida pessoal da profissional e buscam a realização de uma forma completa.


Também não podemos deixar de falar da facilidade de aprendizado que essa geração traz. Enquanto anos atrás aprendíamos algo para depois colocar em prática, hoje essa turma aprende fazendo. A facilidade de acesso aos conteúdos digitais propicia essa habilidade, uma vantagem e tanto no mercado de trabalho.


Diferente das gerações anteriores? Muito! E foi o contexto, criado por essas gerações anteriores, que o fizeram assim. Como já aconteceu em outros momentos passados e vai continuar acontecendo.


É preciso parar de brigar com o novo e encontrar uma maneira de lidar com ele. E só podemos fazer isso juntos. Enquanto seguirmos tentando dizer a eles o que achamos que é melhor e a forma como deve ser feito porque sempre fizemos assim e temos mais experiência, não vamos entender o que essa juventude tem a nos oferecer, nem chegar a um acordo.


É preciso parar e ouvir. O que eles esperam da empresa onde trabalham? O que esperam do seu líder? O que é importante para eles hoje e o que querem para o futuro? O que têm a oferecer para contribuir com o sucesso do negócio?


E depois, sim, dizer com respeito: O que esperamos deles? O que é importante para a empresa? Qual resultado buscamos alcançar? Qual o propósito do negócio?


E, por fim, alinhar as expectativas. Os desejos de ambos podem andar juntos? De que forma podemos seguir para que a nossa relação nos leve aos resultados que desejamos? Quais regras podemos combinar para que as expectativas sejam atendidas?


Os jovens da Geração Z estão aí para nos oportunizar aprender como se relacionar com as diferenças, não só de idade, mas de culturas, raças, realidades sociais, preferências sexuais, religiosas e tudo mais. Vamos celebrar as diferenças e aprender com elas!

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